Leonardo Grogg

Plano de intervenção: Bairro do Comércio

Plano de intervenção: Bairro do Comércio

O Ateliê 5, aproximou a teoria e a prática por meio de um aprofundado estudo do planejamento urbano e regional, com especial foco no bairro do Comércio, em Salvador. Sob a coordenação das professoras Gabriela Leandro Pereira e Thaís Troncon Rosa. A metodologia adotada integrou aulas teóricas, estudos de caso, desenvolvimento de projetos e apresentações críticas, criando um ambiente de aprendizado que estimulava a análise crítica do espaço urbano.

O Grupo 3 (G3), formado por Ana Paula Ferreira, Endi Marley Ramos, João Pedro Melo, Leonardo Grogg e Maiana Ferraro, iniciou seu trabalho a partir do imaginário urbano, questionando as divisões tradicionais entre “cidade alta” e “cidade baixa”...

O Ateliê 5, aproximou a teoria e a prática por meio de um aprofundado estudo do planejamento urbano e regional, com especial foco no bairro do Comércio, em Salvador. Sob a coordenação das professoras Gabriela Leandro Pereira e Thaís Troncon Rosa. A metodologia adotada integrou aulas teóricas, estudos de caso, desenvolvimento de projetos e apresentações críticas, criando um ambiente de aprendizado que estimulava a análise crítica do espaço urbano.

O Grupo 3 (G3), formado por Ana Paula Ferreira, Endi Marley Ramos, João Pedro Melo, Leonardo Grogg e Maiana Ferraro, iniciou seu trabalho a partir do imaginário urbano, questionando as divisões tradicionais entre “cidade alta” e “cidade baixa”. Ao discutir se essas categorizacoes, muitas vezes baseadas na topografia, refletiam com precisão as reais dinâmicas sociais e econômicas, o G3 ampliou o debate para além dos aspectos físicos. Essa reflexão levou à análise crítica dos usos do solo e da segregação espacial, evidenciando desigualdades e desafios existentes na região. A abordagem do grupo demonstrou sensibilidade para com a diversidade e complexidade do espaço urbano, estimulando a identificação de oportunidades para intervenções que valorizassem tanto a história quanto as práticas contemporâneas do bairro. Dessa forma, o G3 construiu uma base sólida para a elaboração de um Plano de Intervenção que buscava não apenas revitalizar o espaço físico, mas também promover a inclusão e o fortalecimento das relações sociais.

Ao longo do processo, o grupo passou por diversas atividades práticas que incluíram caminhadas, deriva e períodos de permanência em pontos estratégicos do bairro. A caminhada, organizada em trajetos distintos a partir de locais como o Porto da Barra e a Ponta do Humaitá, permitiu ao grupo observar as escalas urbanas, identificar sensações relativas à segurança, conforto e uso dos espaços, e captar a diversidade dos ambientes urbanos. A experiência da deriva incentivou a experimentação, permitindo o mapeamento das relações entre o mar, os edifícios e os sujeitos que transitam pelo bairro, revelando dimensões até então pouco exploradas do território. Essas vivências práticas foram fundamentais para a construção de uma narrativa rica e multifacetada, onde o diálogo com o espaço ocorreu de forma orgânica. O contato direto com os moradores, comerciantes e transeuntes – realizado em locais como o Terminal Marítimo e a Praça Marechal Deodoro da Fonseca – possibilitou ao grupo compreender melhor as dinâmicas cotidianas e os desafios enfrentados pelo Comércio, servindo de base para as análises e propostas subsequentes.

O culminar do processo investigativo do G3 foi a elaboração de um Plano de Intervenção que procurou valorizar a diversidade e heterogeneidade do bairro do Comércio. Este plano apresentou diretrizes que visam fomentar o uso misto dos edifícios, a valorização do patrimônio histórico e a intensificação da locomoção pedonal. Ao abordar problemáticas como a segregação espacial e o esvaziamento das áreas centrais, o grupo demonstrou uma visão crítica e sensível ao contexto urbano. As soluções propostas visavam dinamizar o bairro, garantindo que as intervenções respeitassem as relações sociais já existentes e incentivassem novas formas de interação entre os habitantes. A intervenção buscava, assim, criar um ambiente urbano mais inclusivo e vibrante, onde o espaço público pudesse ser aproveitado de maneira democrática e sustentável. Essa proposta reflete o compromisso do G3 com a promoção de uma cidade que valorize tanto sua história quanto as necessidades contemporâneas de seus cidadãos.

Além do Plano de Intervenção urbano, o grupo apresentou um Plano Teórico que complementa as propostas práticas com mecanismos legais e operacionais para efetivar as mudanças no Comércio. Essa proposta inclui a reconversão dos edifícios em bens públicos, destinados a habitação, comércio, serviços e educação, com base no Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001). O plano propõe a cobrança de IPTU progressivo para edificações que não se adequarem ao novo modelo urbano, bem como a desapropriação de imóveis em estado precário ou com dívidas prolongadas, garantindo a realocação dos atuais usuários para espaços reformados. Adicionalmente, são sugeridas medidas de incentivo à mão de obra local, com bonificações em moeda social, e a criação de instrumentos financeiros, como um Banco Comunitário e uma moeda social local, que visem fomentar a economia regional e fortalecer a autonomia dos moradores. A proposta também contempla a formação de cooperativas para a gestão dos edifícios e a implementação de programas de Lar Social, concessões e fundos solidários, que juntos formam um sistema integrado para promover a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. Com essa abordagem, o grupo articula esforços governamentais e comunitários para transformar a dinâmica urbana do Comércio, tornando-o um espaço mais inclusivo e economicamente vibrante.

Mais informações

Localização :

Bairro do Comércio, Salvador, Bahia, Brasil

Ano :

2016

Tipo :

Urbanismo

Programa :

Plano de intervenção Urbano

Universidade :

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA)

Disciplina :

Ateliê 5

Professor :

Gabriela Leandro Pereira (Gaia) e Thaís Troncon Rosa

Coorientador :

Anna Raquelle Edington, Bárbara Rocha, Cibele Bonfim, Dilton Lopes, Igor Queiroz e Wagner Campos

Equipe de projeto :

Ana Paula Ferreira, Endi Marley Ramos, João Pedro Melo, Leonardo Grogg e Maiana Ferraro

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