A expansão do Centro de Estudos e Laboratórios da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) no Pólo da Asprela surge como resposta à crescente demanda por infraestrutura acadêmica de alto nível. Com mais de duas décadas de presença no local, a FEUP busca consolidar sua posição como um polo de excelência em engenharia, atraindo talentos e promovendo pesquisa de ponta. O projeto propõe um novo edifício que se integra de forma sensível à paisagem e às estruturas existentes, criando um ecossistema acadêmico dinâmico. A proposta não apenas atende às necessidades funcionais e programáticas da instituição, mas também redefine a relação entre arquitetura, engenharia e o ambiente urbano.

A volumetria do edifício dialoga com a topografia do terreno, estabelecendo uma presença marcante sem destoar da paisagem. O projeto responde à proximidade da autoestrada por meio de um grande muro de proteção acústica, que mitiga o impacto sonoro e define uma nova relação entre o edifício e seu entorno. Posicionado no extremo da parcela, o edifício cria uma transição entre a cidade e um amplo parque arborizado, promovendo um ambiente mais equilibrado e favorável ao estudo e pesquisa. A configuração espacial incorpora uma rampa de acesso de inclinação suave (5,6%), que se estabelece como um percurso contemplativo entre o programa acadêmico e a paisagem natural.

A iluminação natural é um dos elementos centrais do projeto, sendo utilizada de maneira estratégica para potencializar o conforto e a eficiência energética. Aberturas zenitais garantem uma distribuição homogênea da luz, reduzindo a necessidade de iluminação artificial nos espaços de laboratório e pesquisa. O controle solar é feito por meio de brises metálicos e elementos de sombreamento passivo, evitando superaquecimento e criando ambientes mais agradáveis. A estrutura é baseada em um sistema modular flexível, com grandes vãos livres sustentados por pórticos metálicos encastrados em eixos de concreto, garantindo adaptabilidade futura e facilidade de reorganização interna dos espaços.

O projeto busca uma conexão fluida entre interior e exterior, privilegiando vistas e relações visuais que enriquecem a experiência acadêmica. A transparência da fachada frontal convida a cidade para dentro do edifício, criando um diálogo aberto entre a comunidade acadêmica e o entorno urbano. O auditório envidraçado, posicionado estrategicamente no início da rampa de acesso, funciona como um elemento de transição entre os ambientes externos e internos, reforçando a ideia de um espaço acadêmico inclusivo e integrado. O parque adjacente, isolado do ruído da autoestrada pela implantação do edifício, torna-se um refúgio para os usuários, promovendo pausas revitalizantes entre os momentos de estudo e pesquisa.

A sustentabilidade está incorporada de forma abrangente no projeto, através do uso de materiais locais, sistemas de captação de água pluvial e integração de painéis fotovoltaicos na cobertura. A estrutura metálica de grandes vãos e os muros de concreto garantem durabilidade e eficiência estrutural, enquanto a organização modular do espaço possibilita futuras expansões sem interferências significativas. Assim, a expansão da FEUP no Pólo da Asprela não apenas atende às demandas contemporâneas de ensino e pesquisa, mas também estabelece um novo paradigma para a arquitetura acadêmica, onde integração, sustentabilidade e inovação são os pilares fundamentais.