Olivier Gahinet, arquiteto e professor na ENSAS, propõe uma abordagem pedagógica baseada na exploração conceitual e na autonomia dos estudantes. Seu ensino é inspirado em sua experiência no Studio Uno, dirigido por Henri Ciriani na Escola de Arquitetura de Paris-Belleville. Ele enfatiza uma compreensão progressiva do espaço arquitetônico por meio da experimentação e da reflexão teórica.

Um dos exercícios fundamentais de seu ateliê é o "30x30", um dispositivo pedagógico que consiste em estruturar o projeto em torno de uma malha regular de pilares. Esse exercício permite aos estudantes explorar a relação entre estrutura, espaço e luz, trabalhando composições espaciais que superam as limitações tradicionais. O objetivo é levar os estudantes a conceber espaços abertos, onde a flexibilidade e a fluidez arquitetônica são essenciais.

Neste ateliê, cada estudante recebe uma frase conceitual que orienta seu processo de concepção. Para o meu projeto, a frase atribuída foi:

"A hipótese: a erupção de um vulcão. Fenômeno vertical, depois horizontal."

Essa ideia guiou minha abordagem espacial ao traduzir o movimento natural da erupção em uma organização arquitetônica. Comecei com a exploração dos elementos primários da arquitetura, como paredes e pilares, para estruturar o espaço por meio do jogo de luz e sombra, de cheios e vazios. A dinâmica vertical da erupção inspirou o projeto de um átrio central iluminado, enquanto a expansão horizontal estruturou a distribuição dos espaços no projeto.

O programa do projeto é baseado na criação de um centro dedicado à difusão das artes e das novas tecnologias. Ele compreende vários espaços com funções distintas, organizados em três níveis. No térreo, encontram-se uma livraria, uma cafeteria, um anfiteatro e um espaço expositivo, todos conectados ao átrio central. Esse espaço iluminado atua como um elemento unificador, atraindo os visitantes aos andares superiores. No primeiro andar, há uma grande sala de exposições, uma biblioteca e salas de aula voltadas às artes, oferecendo espaços adequados à pesquisa e à criação. Por fim, no último andar, encontram-se uma segunda biblioteca, salas de aula adicionais e escritórios administrativos, garantindo uma gestão eficiente do centro.